A infertilidade foi reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um problema de extrema relevância em Saúde Pública. Estima-se que o fenômeno mundial afete entre 50 e 80 milhões de pessoas em idade reprodutiva.
De acordo com os dados da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM), aproximadamente 6,1 milhões de casais norte-americanos apresentam problemas relacionados à fertilidade.
Considerando que ter um filho constitui um dos maiores desejos dos casais, a infertilidade tem um impacto negativo, trazendo consequências como ansiedade, depressão, frustração, medo, culpa, divórcio, estigma social e violência física.
A infertilidade, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é a ausência de gravidez após 24 meses de relações sexuais regulares e desprotegidas.
Ainda quanto à definição, a infertilidade primária é quando o casal mantém relações sexuais regulares e desprotegidas e nunca conseguiu uma concepção. Enquanto isso, a infertilidade secundária refere-se ao casal que já tenha conseguido uma concepção, mas que após se torna incapaz, considerando que mantém relações sexuais regulares e desprotegidas durante um ano.
A maioria dos centros de reprodução assistida entende que a investigação diagnóstica do casal deve ser iniciada após um ano de tentativas sem sucesso.
Especialistas acreditam que alguns motivos levam ao aumento da Infertilidade, ou ao menos da freqüência de consultas por este motivo. Entre eles estão a postergação do momento em que se decide ter filhos, alterações na qualidade do sêmen devido a hábitos como tabagismo e alcoolismo, alterações na conduta sexual trazidas pelo aumento do número de parceiros sexuais, entre outros.
As projeções de infertilidade realizadas nos Estados Unidos de 2000 a 2025 sugerem um aumento do percentual das mulheres inférteis, de 5 milhões em 2000 para 7,7 milhões em 2025.
Os mais diversos estudos avançaram muito nos últimos 20 anos com o objetivo de esclarecer as causas de infertilidade. Entre eles estão: fator masculino, tubo peritoneal e endometriose, ovariano, infertilidade sem causa aparente (ISCA) e outros.
Além dos fatores principais, outros têm sido relacionados com a Infertilidade, como:
- Idade;
- Nível sócio-econômico;
- Atividade profissional;
- Qualidade da assistência de saúde;
- Condições ambientais e exposição a potenciais substâncias tóxicas na alimentação e/ou no ambiente, como os solventes orgânicos, plásticos, mercúrio, álcool, nicotina, cafeína, cocaína e marijuana;
- Fatores genéticos;
- Fatores alimentares (obesidade, perda e ganho excessivo de peso, perturbações alimentares e desnutrição);
- Exercício físico excessivo.
Outro ponto a ser levado em consideração é que muitas vezes ocorre associação entre os fatores, o que piora os resultados. A idade feminina avançada é o pior fator para obtenção de gravidez, em parte pela redução da qualidade ocitária e hormonal, em parte pela mudança do comportamento sexual, com tendência à redução da frequência das relações.
Para os homens não é diferente. Estudos demonstram que homens mais velhos apresentam redução da frequência sexual, do volume ejaculado, da motilidade e da morfologia normal dos espermatozóides quando comparados a homens mais jovens. Tais alterações culminam em uma capacidade reduzida de fertilização.
As Técnicas de Reprodução Assistida (TRA) podem ser de baixa ou de alta complexidade. Na de baixa complexidade, a fecundação ocorre dentro do organismo da mulher em técnicas como o coito programado e Inseminação Intra-Uterina (IIU).
Já na TRA de alta complexidade, a fecundação é extracorpórea, com embriões formados em laboratório e transferidos para o útero materno. Compreende os procedimentos de Fertilização In Vitro (FIV) com transferência de embriões, convencional ou com Injeção Intracitoplasmática de Espermatozóide (ICSI).
Desde o nascimento de Louise Brown, em 1978, primeira criança oriunda de TRA, estima-se que tenham nascido, no mundo, aproximadamente cinco milhões de crianças oriundas destas técnicas. Os progressos nesta área são exponenciais, o que permite alcançar taxas de gravidez clínica cada vez mais elevadas.
Atualmente, a taxa de sucesso varia de 50 a 60 % por ciclo, a depender da técnica utilizada e, principalmente, da idade da paciente.