Preservação da fertilidade em pacientes oncológicos
Transformando chance em escolha!
A oncofertilidade é uma área da medicina que conecta a oncologia à medicina reprodutiva, a fim de desenvolver e aplicar novas opções para preservação da fertilidade em pacientes jovens com diagnóstico de câncer.
Nos últimos anos, a incidência do câncer em pacientes jovens tem aumentado sobremaneira. Felizmente, a evolução da medicina, permite o diagnóstico da doença em fases mais precoces, em que os tratamentos, atualmente mais eficazes, possibilitam maior taxa de cura, sendo muito frequente o surgimento do desejo de ter filhos após a superação da doença.
Entretanto, os tratamentos oncológicos (cirurgia, radioterapia e quimioterapia) podem apresentar efeito danoso aos ovários e testículos, muitas vezes irreversível, o que pode frustrar o sonho da maternidade e da paternidade no futuro. Por este motivo, pacientes com diagnóstico de câncer e que apresentem menos de 43 anos para mulheres e 50 anos para homens devem ser alertados sobre preservar sua fertilidade antes de iniciarem o tratamento oncológico.
Atualmente, as técnicas consideradas elegíveis para preservar a fertilidade são a criopreservação de óvulos, de espermatozóides e de embriões, que devem ser orientadas assim que é dada a notícia sobre o câncer, cujo manejo deve contar com uma equipe multidisciplinar, composta por psicólogo, nutricionista, geneticista e médico especialista em reprodução assistida, devendo este ser contactado em caráter de urgência.
De acordo com a literatura, os protocolos atuais de estímulo hormonal são extremamente seguros, podem ser iniciados em qualquer fase do ciclo menstrual e duram apenas cerca de 14 dias, não ocasionando nenhum impacto sobre o câncer. Pelo contrário, é a possibilidade de olhar para a vida diante dos temores que permeiam a doença.
Entretanto, estima-se que menos de 10% dos pacientes oncológicos em idade reprodutiva recorram à preservação da fertilidade, sendo os principais motivos a falta de informação e o custo do tratamento.
Para mudar esse quadro, o Instituto de Medicina Reprodutiva viabilizou a redução dos custos dos tratamentos de preservação da fertilidade em pacientes oncológicos, oferecendo prontidão no atendimento médico e psicológico especializados, para que ter um filho após o câncer deixe de ser apenas uma “chance” e passe a ser uma “escolha”.
Há vida após o câncer e ela pode ser fértil!
Processo da Oncofertilidade:
- Consulta com médico oncologista, que estabelece o diagnóstico do câncer, propõe o tipo de tratamento oncológico e orienta sobre a preservação da fertilidade, contactando o médico especialista em reprodução assistida;
- Consulta de urgência com médico especialista em reprodução assistida para esclarecimento sobre a oncofertilidade, realização de exames e início imediato do uso de hormônios para estímulo ovariano;
- Coleta de óvulos em aproximadamente 14 dias do início do estímulo para congelamento de óvulos ou fertilização destes pelos espermatozoides do parceiro, a fim de se proceder ao congelamento embrionário;
- Logo após a coleta de óvulos, a paciente encontra-se apta a iniciar o tratamento oncológico.
- Em caso de diagnóstico oncológico em jovens do sexo masculino, o paciente deve ser orientado pelo oncologista a procurar uma clínica de reprodução assistida para proceder o congelamento seminal, após 2 a 5 de abstinência sexual. O material é obtido por masturbação e, em caso de alteração seminal pelo câncer, pode ser necessário realizar mais de uma coleta para acúmulo seminal.